12 de fevereiro de 2015

DEFINIÇÃO NÃO É A MESMA COISA QUE REPRESENTAÇÃO SEMÂNTICA

O cerne do argumento de [Jerry] Fodor é o ataque que ele faz às definições, que, segundo ele, inevitavelmente deixam escapar alguma coisa do significado do definiendum (a palavra que está sendo definida). O problema desse argumento é que definição (que reconhecidamente é sempre incompleta) não é a mesma coisa que representação semântica. A definição é uma explicação de dicionário sobre o significado de uma palavra em inglês usando palavras em inglês, cuja intenção é ser lida por uma pessoa, que aplicará a totalidade de sua inteligência e de seus recursos linguísticos. A representação semântica é o conhecimento de uma pessoa sobre o significado de uma palavra em um idioma dentro de uma estrutura conceitual (o mentalês), processada por um sistema do cérebro que manipula pedaços de estrutura conceitual e os relaciona aos sentidos. Definições podem ser incompletas, porque deixam muita coisa a cargo da imaginação do falante da língua. Representações semânticas têm de ser mais explícitas, porque elas são a imaginação do falante da língua.

Steven Pinker (Do que é Feito o Pensamento; pág: 123)

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