Tentarei explicar os méritos da teoria da semântica conceitual a partir de três alternativas. A primeira é o Nativismo Extremo de [Jerry] Fodor (na ciência cognitiva, o termo "nativismo" refere-se à ênfase à organização mental inata; não tem nada a ver com o termo político para a xenofobia antiimigração). A segunda é a Pragmática Radical, a idéia de que a mente não contém representações fixas dos significados das palavras. As palavras são fluidas, e pode-se querer dizer coisas bem diferentes em circunstâncias diferentes. Damos a elas somente um significado transitório, no contexto da conversa ou do texto atuais. E o que buscamos na memória não é um léxico de definições, mas uma rede de associações entre palavras e o tipo de acontecimentos e de atores que elas costumam evocar. A terceira alternativa radical, o Determinismo Linguístico, subverte a visão de linguagem e pensamento que eu vinha pressupondo. Em vez de a língua ser uma janela para o pensamento humano, que se sustenta num formato mais rico e abstrato, nossa língua nativa é a língua do pensamento e, portanto, determina o tipo de pensamento que podemos pensar.
Steven Pinker (Do Que é Feito o Pensamento; págs: 113 e 114)
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