Ainda mais aguçado que os conflitos sexuais entre jovens e mais velhos e entre indivíduos e a sociedade é o conflito entre homens e mulheres. Somos mamíferos, herdamos a assimetria que marca a classe: em todo ato reprodutivo, as fêmeas ficam comprometidas com longos períodos de gestação e lactação, enquanto os machos só precisam de uns poucos minutos de cópula. O macho pode ter uma prole maior se cruzar com várias fêmeas, enquanto a fêmea não vai ter uma prole maior se cruzar com vários machos - embora seus filhotes tenham um melhor desenvolvimento se ela escolher um parceiro disposto a investir neles ou que possa dotá-los de bons genes. Não surpreende que em todas as culturas os homens corram mais atrás de sexo, estejam mais dispostos a fazer sexo sem compromisso e sejam mais propensos a seduzir, enganar ou coagir para conseguir sexo. Sem levar em conta outras circunstâncias, o sexo sem compromisso favorece os homens, tanto genética quanto emocionalmente. Era de esperar que a fala descompromissada sobre sexo mostrasse a mesma assimetria, e é o que acontece. Os homens falam mais palavrão, na média, e muitos tabuísmos sexuais dão a sensação de ser especialmente degradantes para as mulheres - daí a antiga proibição de falar palavrão "quando há senhoras no recinto". (...) Embora as pessoas estejam mais dispostas a ver sexo, falar sobre sexo e fazer sexo hoje que no passado, o tema não está livre de tabu. A maioria das pessoas não copula em público, não faz troca de parceiros depois de um jantar, não mantém relações sexuais com irmãos e filhos nem troca abertamente favores por sexo. Mesmo depois da revolução sexual, ainda falta muito para que "exploremos nossa sexualidade" em toda a sua plenitude, e isso significa que as pessoas ainda instalam barreiras na mente para bloquear a passagem de determinados pensamentos. A linguagem do sexo pode esbarrar nesses bloqueios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário