1) compreender a visão de mundo do consumidor potencial; e 2) traduzi-la em texto. (...) Em um primeiro momento, devemos compreender sua ideologia, seu universo cultural, seu paradigma e reproduzi-lo, construindo discursos associados à sua visão de mundo. Isso, muitas vezes, pode ser notado por meio da linguagem. O consumidor demostra, por sua escolha lexical, a que grupo pertence. Em um segundo momento, reforçamos tal pensamento escolhendo as palavras "certas" para expressar o universo conceitual em que o consumidor está inserido. Tecnicamente, estamos nos referindo à análise do discurso, à rede semântica e à escolha lexical. Esse formato de persuasão baseia-se no que Lacan chamou fase do espelho, em que a pessoa constrói sua personalidade a partir da comparação de si mesmo com os outros indivíduos, buscando as semelhanças e as diferenças para construir a sua individualidade. Em propaganda, denominamos essa técnica de emulação. (...) O redator deve tentar inserir a personalidade da marca anunciada em cada peça de comunicação criada. O conhecimento da mente e dos valores do público-alvo é determinante para a criação de mensagens marcantes. A criatividade é o grande diferencial oferecido pelas agências, mas é necessário que ideias criativas sejam pertinentes ao produto, ao cliente e à situação concorrencial em que a marca se encontra. Saber falar com intimidade, de forma persuasiva e inteligente faz a diferença. O redator deve, portanto, ser um artesão das palavras; deve moldar seu discurso aos valores do consumidor e, com isso, persuadi-lo em direção à marca. Charme, elegância e estilo são as formas pelas quais o redator chega ao coração e à mente do consumidor. Palavras bem colocadas são extremamente sedutoras. O artífice das palavras deve ter em mente que seu ofício é o da sedução. Da sedução pela palavra.
Celso Figueiredo (Redação Publicitária; Sedução pela Palavra; págs; 68 e 131)
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