2 de fevereiro de 2021

CHUNKING (AGRUPAMENTO)

Conforme cada rato aprendia a se orientar no labirinto, sua atividade mental diminuía. À medida que o caminho se tornava cada vez mais automático, os ratos começaram a pensar cada vez menos. (...) Ele não precisava escolher para que direção virar, portanto, os centros de tomada de decisão do cérebro ficavam em silêncio. (...) Quando um hábito surge, o cérebro para de participar totalmente da tomada de decisões. Ele para de fazer tanto esforço, ou desvia o foco para outras tarefas. (...) Este processo - em que o cérebro converte uma sequência de ações numa rotina automática - é conhecido como “chunking” (agrupamento) e está na raiz de como os hábitos se formam. Há dezenas - se não centenas - de blocos (chunks) comportamentais dos quais dependemos todos os dias. Alguns são simples: você automaticamente põe pasta de dente na escova antes de colocá-lo na boca. Alguns, tais como se vestir ou preparar o almoço das crianças, são um pouco mais complexos. (...) Uma vez que esse hábito começa a se desenrolar, nossa massa cinzenta está livre para ficar em silêncio ou dar sequência a outros pensamentos. (...) Os hábitos, dizem os cientistas, surgem porque o cérebro está o tempo todo procurando maneiras de poupar esforço. Se deixado por conta própria, o cérebro tentará transformar quase qualquer rotina num hábito, pois os hábitos permitem que nossas mentes desacelerem com mais frequência. Este instinto de poupar esforço é uma enorme vantagem. (...) Um cérebro eficiente também nos permite parar de pensar constantemente em comportamentos básicos, tais como andar e escolher o que comer, de modo que podemos dedicar energia mental para inventar lanças, sistemas de irrigação e, por fim, aviões e video games.

Charles Duhigg (O Poder do Hábito; págs: 32, 33, 34, 35 e 37)

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