Pense bem: se você acha que consegue montar um negócio da China e não consegue convencer seus dois melhores amigos e [ou] colegas de trabalho [pelo menos um, em último caso] da sua proposição, por que você me convenceria ou, de outra forma, a qualquer outro analista, consultor, investidor, cliente ou consumidor? (...) Querer empreender não significa poder empreender. É preciso preparo, dedicação, foco. E autocrítica. (...) Um problema muito sério de todos os times é que não há um time ideal, onde todo mundo tem os mesmos níveis de competência e está disposto a enfrentar tudo, o tempo todo. Uma pesquisa recente [e global] mostra que os líderes gastam 17% de seu tempo gerenciando pessoas que têm [ou estão com] performance abaixo da média. (...) Nigel Basset-Jones defende com muita razão a ideia de que diversidade é uma fonte de criatividade e inovação, MAS que as diferenças culturais, de bases, processos e métodos, de visão de mundo, se não forem apropriadamente administradas, vão resultar em conflitos, suspeitas e desentendimentos que podem pôr o negócio a perder. (...) O grande aprendizado de um negócio, especialmente no longo prazo, é equilibrar todas essas forças, o tempo todo, ao redor de objetivos compartilhados por quase todos, quase o tempo todo. (...) Se nosso negócio funcionar como STARTUP, CONJUNÇÃO DE TRABALHO E PESSOAS, TIMES COESOS RESOLVENDO PROBLEMAS. Descobrimos que estes times têm que ter pessoas exercendo papéis de ESCLARECER o que tem que ser feito, IDEALIZAR as soluções, DESENVOLVER o que é preciso para fazê-las funcionar e IMPLEMENTAR o resultado no mercado. (...) E no LONGO PRAZO, porque no curto, muito pouco - ou nada - se faz.
DeCusatis diz que é necessário prestar muita atenção quando se quer criar e inovar, ao cuidar dos times, pessoas e seus papéis no processo. (...) Primeiro, é preciso ESCLARECER o que tem que ser feito: qual é o problema; por que ele é um problema, em algum ou todos os contextos; quais são as consequências de não resolvê-lo; o que se ganha por resolvê-lo… e por aí vai. Segundo, é preciso IDEALIZAR as possíveis soluções: aqui é onde nós quase sempre conseguimos apontar para os criativos, para os inventores, para as pessoas que têm as ideias para fazer coisas novas, porque pensam fora de suas caixas [ou nem caixa têm]. Mas não necessariamente: é possível estruturar um processo de desenvolvimento de ideias e sua prototipação, de maneira formal e instrumentada e, de mais de uma forma, direcionar e organizar o caos criativo. O C.E.S.A.R faz exatamente isso no PIC, Processo de inovação do C.E.S.A.R, que foi a principal razão do último Prêmio Nacional FINEP de Inovação ganho pela casa. Terceiro, DeCusatis aponta para a necessidade de DESENVOLVER a solução, na prática. Não estamos falando apenas do desenvolvimento de um produto qualquer, como no caso de desenvolver, no sentido de escrever, software. Mas de todo o processo envolvido em criar as condições para que o produto exista. (...) Finalmente, é preciso IMPLEMENTAR a sua solução: (...) isso exige um conjunto muito especial de competências. Imagine que seu produto precise, por exemplo, de uma rede de distribuição, atendimento e manutenção. Isso, hoje, é mais fácil do que há cinquenta anos, quando o conceito de terceirização ainda nem tinha aparecido; mesmo assim, você terá que criar e implementar todo o processo de suas redes, desde [talvez] a imagem das lojas e os manuais de atendimento até o treinamento do pessoal e auditoria de qualidade. Porque, ao fim e ao cabo, o produto é seu e a responsabilidade, você bem sabe, é sua.
Silvio Meira (Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor no Brasil; págs: 91, 92, 94, 95, 101 e 103)
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