Estudamos o cérebro de quinze Democratas fiéis e quinze Republicanos convictos. (...) Estudamos as atividades de seus cérebros conforme lhes era apresentada uma série de slides. (...) Nosso objetivo foi criar um conflito direto entre os aspectos impostos pela razão e evidências (dados mostrando que o candidato tinha feito algo inconsistente, sórdido, desonesto, nojento ou simplesmente ruim) e os aspectos dependentes da emoção (fortes sentimentos para com os partidos e os candidatos). O que esperávamos compreender era como, em tempo real, o cérebro negocia conflitos entre dados e desejo. (...) Ao conduzirmos nossas hipóteses esperávamos que, quando os dados colidissem com o desejo, o cérebro político de alguma maneira “racionalizasse” até chegar às conclusões desejadas. (...) Para as pessoas politicamente neutras, a incoerência também é clara, mas não perturbadora como para os eleitores convictos de um ou outro candidato. (...) Democratas e Republicanos não mostraram diferenças em suas respostas às contradições.
Os resultados mostraram que quando os eleitores convictos encaram informações perturbadoras, não é apenas provável que “racionalizem” conclusões emocionalmente tendenciosas. (...) Os circuitos neurais encarregados da regulação dos estados emocionais parecem recrutar crenças que eliminaram o sofrimento e os conflitos experimentados pelos eleitores quando confrontados com realidades desagradáveis. (...) Contudo, o cérebro político também fez algo que não prevíamos. Logo que os eleitores Republicanos e Democratas encontraram uma forma de racionalizar falsas conclusões, não apenas os circuitos neurais envolvidos nas emoções negativas foram desligados, mas os circuitos envolvidos nas emoções positivas foram acionados. O cérebro dos eleitores pareceu não se satisfazer apenas em sentir-se melhor. Trabalhou mais para se sentir bem, ativando circuitos de recompensa, dando aos eleitores uma injeção de estímulo por seu raciocínio tendencioso.
Quais são as implicações deste estudo? Uma delas é pragmática. Se você estiver fazendo uma campanha, não deve se preocupar em ofender os 30 por cento da população cujo cérebro não consegue processar as informações do seu modo, salvo se suas vidas dependerem disso (por exemplo, após um ataque ao continente dos Estados Unidos). Se você é Republicano, seu objetivo deveria ser mudar para a direita 10 a 20 por cento da população com mentes influenciáveis, e reforçar seus 30 por cento estáveis para as pesquisas de opinião. Os estrategistas Republicanos, na verdade, não têm tido problemas em rotular os californianos do Norte ou do Nordeste como “liberais frescos”. Sabem que no seu próprio partido não há espaço para esse “tipo”, e atacá-los poderá reforçar o seu próprio eleitorado. As implicações para os Democratas devem ser igualmente claras: parem de se preocupar em ofender aqueles que consideram Pat Robertson e Jerry Falwell líderes morais, porque suas mentes não vão pender para a esquerda. (...) Os eleitores “de carteirinha” (...) Eles se anulam uns aos outros, deixando que os eleitores de centro equilibrem as eleições, baseados em considerações mais racionais.
Drew Westen (O Cérebro Político; págs: 26, 27, 28 e 29)
Os resultados mostraram que quando os eleitores convictos encaram informações perturbadoras, não é apenas provável que “racionalizem” conclusões emocionalmente tendenciosas. (...) Os circuitos neurais encarregados da regulação dos estados emocionais parecem recrutar crenças que eliminaram o sofrimento e os conflitos experimentados pelos eleitores quando confrontados com realidades desagradáveis. (...) Contudo, o cérebro político também fez algo que não prevíamos. Logo que os eleitores Republicanos e Democratas encontraram uma forma de racionalizar falsas conclusões, não apenas os circuitos neurais envolvidos nas emoções negativas foram desligados, mas os circuitos envolvidos nas emoções positivas foram acionados. O cérebro dos eleitores pareceu não se satisfazer apenas em sentir-se melhor. Trabalhou mais para se sentir bem, ativando circuitos de recompensa, dando aos eleitores uma injeção de estímulo por seu raciocínio tendencioso.
Quais são as implicações deste estudo? Uma delas é pragmática. Se você estiver fazendo uma campanha, não deve se preocupar em ofender os 30 por cento da população cujo cérebro não consegue processar as informações do seu modo, salvo se suas vidas dependerem disso (por exemplo, após um ataque ao continente dos Estados Unidos). Se você é Republicano, seu objetivo deveria ser mudar para a direita 10 a 20 por cento da população com mentes influenciáveis, e reforçar seus 30 por cento estáveis para as pesquisas de opinião. Os estrategistas Republicanos, na verdade, não têm tido problemas em rotular os californianos do Norte ou do Nordeste como “liberais frescos”. Sabem que no seu próprio partido não há espaço para esse “tipo”, e atacá-los poderá reforçar o seu próprio eleitorado. As implicações para os Democratas devem ser igualmente claras: parem de se preocupar em ofender aqueles que consideram Pat Robertson e Jerry Falwell líderes morais, porque suas mentes não vão pender para a esquerda. (...) Os eleitores “de carteirinha” (...) Eles se anulam uns aos outros, deixando que os eleitores de centro equilibrem as eleições, baseados em considerações mais racionais.
Drew Westen (O Cérebro Político; págs: 26, 27, 28 e 29)
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