Queremos ouvir e ao mesmo tempo aspiramos a ir além do ouvir. Aquela aspiração pelo infinito, o bater de asas da nostalgia, por ocasião do supremo prazer diante da efetividade claramente percebida, recordam que em ambos os estados devemos reconhecer um fenômeno dionisíaco, que nos revela sempre de novo o construir e demolir lúdicos do mundo individual como a efusão de um prazer primordial, de maneira semelhante a como Heráclito o Obscuro compara a força formadora do mundo a uma criança que ludicamente põe pedras para cá e para lá, e faz montes de areia e os desmantela.
Friedrich Nietzsche (O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música; pág: 44)
1 de setembro de 2020
O BATER DE ASAS DA NOSTALGIA
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