Algo socialmente importante, tal como a expressão emocional, deve ser fruto do aprendizado e, dessa maneira, diferente em cada cultura. Conciliei nossos resultados de que as expressões são universais com a observação de Birdwhistell de como elas diferem de uma cultura para outra, criando a ideia de regras de exibição. Essas, propus, são socialmente aprendidas, muitas vezes culturalmente diferentes, a respeito do controle da expressão, de quem pode demonstrar que emoção para quem e de quando pode fazer isso. Eis por que, na maioria das competições esportivas públicas, o perdedor não demonstra a tristeza e o desapontamento que sente. As regras de exibição estão incorporadas na advertência dos pais: "pare de parecer contente". Essas regras podem ditar a diminuição, o exagero, a dissimulação ou o fingimento da expressão do que sentimos. (...) Algumas expressões faciais são universais. (...) Se as expressões faciais fossem completamente aprendidas, então (...) povos isolados deveriam ter as próprias expressões originais, que nunca tínhamos visto antes. (...) Quando as pessoas estavam sozinhas, os mesmos músculos faciais se moviam ao assistir um filme desagradável, quer a pessoa fosse japonesa ou norte-americana. (...) Se as expressões não precisam ser aprendidas, aqueles que nasceram cegos devem manifestar expressões similares às daqueles indivíduos dotados de visão. Diversos estudos foram realizados nos últimos sessenta anos, e isso foi constatado repetidamente, em particular para expressões faciais espontâneas.
Paul Ekman (A Linguagem das Emoções: págs; 22, 23, 24, 30 e 31)
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