27 de outubro de 2020

A CULTURA DO CONSUMIDOR

Perelman e Tyteca, em seu Tratado da argumentação: a nova retórica, nos lembram que é preciso, antes de mais nada, conhecer o auditório a que uma mensagem se destina, definindo-o como “o conjunto daqueles que o orador quer influenciar”. Podemos, no caso do discurso publicitário, nomear de auditório o público-alvo e de orador os criativos que o elaboram e o embalam em palavras e imagens, quando veiculado em mídia impressa. Os dois teóricos afirmam que cabe ao auditório (...) o papel principal para determinar a qualidade da argumentação e o comportamento dos oradores. (...) Estes últimos vão escolher os elementos suasórios para a construção das peças publicitárias de acordo com o briefing ou a estratégia criativa - ou seja, conforme as informações que devem nortear a sua plataforma comunicacional, como as características do produto ou serviço anunciado, o histórico da marca, a publicidade de seus concorrentes, o contexto socioeconômico, as peculiaridades de seu target, entre outras. Em suma, a cultura do consumidor deve ser contemplada, transposta para o discurso publicitário que lhe é direcionado, visando, assim, gerar identificação.

João Anzanello Carrascoza (Estratégias Criativas da Publicidade; pág: 24)

Nenhum comentário: