Quem controla os fios ou as ondas aéreas pode controlar a internet, pois apenas através dessas conexões ela pode existir e operar. Para usar um sistema de busca e outros utilitários é preciso acesso à internet, e este é um serviço que empresas como Amazon ou Google não fornecem (com exceções triviais). Para dispor de acesso é necessário pagar a um provedor de internet - em geral uma companhia telefônica ou de cabo.
A AT&T e suas aliadas já tinham um plano. Elas começariam a oferecer um serviço de internet de "pista rápida" para clientes selecionados (isto é, os que quisessem pagar por ele), pressionando assim para que as empresas de cabo e a Verizon fizessem o mesmo. Por exemplo, a AT&T poderia fechar um acordo para tornar o Yahoo! seu mecanismo de busca oficial, colocando-o à frente dos rivais em troca de pagamento; ou obrigar a Netflix a pagar para que os consumidores baixassem filmes mais depressa.
De todo modo, por trás da proposta de uma banda larga sempre estava implícita a ameaça de penalização ou degradação de serviços para quem não quisesse ou não pudesse pagar. Por essa razão, não passou despercebido a ninguém que, ao exercer o papel de acelerar algumas empresas e desacelerar outras, a AT&T e as companhias de cabo estavam assumindo um poder de vida e morte sobre o comércio na internet. (...) Esse tipo de embate lobista em geral é complexo demais para atrair o interesse da mídia, principalmente das redes de televisão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário