16 de julho de 2021

EMPREGO 2050

Evgeny Zubkov

Mudanças de ocupação eram possíveis porque a mudança do campo para a fábrica e da fábrica para o supermercado só exigiam um retreinamento limitado. Em 2050, porém, um caixa ou um operário da indústria têxtil que perder seu emprego para um robô dificilmente estará apto a começar a trabalhar como oncologista, como operador de drone ou como parte de uma equipe humanos-IA num banco. Não terão as habilidades necessárias. (...) Muita gente poderia compartilhar do destino não dos condutores de carroça do século xix - que passaram a ser taxistas -, mas dos cavalos do século xix, que foram progressivamente expulsos do mercado de trabalho. Além disso, nenhum dos empregos humanos que sobrarem estará livre da ameaça da automação, porque o aprendizado de máquina e a robótica continuarão a se aprimorar. (...) O que você fará quando ninguém precisar de sua mão de obra barata e desqualificada, e você não tiver recursos para criar um bom sistema de educação e retreiná-la? (...) Já hoje poucos empregados esperam permanecer no mesmo emprego por toda a vida. Em 2050 não apenas a ideia de “um emprego para a vida inteira” mas até mesmo a ideia de “uma profissão para a vida inteira” parecerão antidiluvianas.

Yuval Noah Harari (21 Lições para o Século 21; págs: 53, 56 e 65)

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