Maria Madalena (1525), Escola de Leonardo da Vinci (Bernardino Luini) - National Gallery, Washington
Chamamos esse símbolo de cálice. (...) Lembra um copo, ou receptáculo, e, o mais importante, lembra o formato de um útero feminino. Esse símbolo transmite a ideia de feminilidade, maturidade da mulher e fertilidade. (...) A lenda nos diz que o Santo Graal é um cálice - uma taça. Mas a descrição do Graal como cálice na verdade é uma alegoria para proteger a sua verdadeira natureza. Ou seja, a lenda usa o cálice como metáfora para uma coisa muito mais importante. (...) Uma mulher. (...) O Graal é literalmente o símbolo antigo da feminilidade, e o Santo Graal representa o sagrado feminino e a deusa, o que, naturalmente, se perdeu nos dias de hoje, praticamente eliminado pela igreja. O poder da mulher e sua capacidade de gerar vida já foi muito sagrado, mas ameaçava a ascensão da Igreja Católica predominantemente masculina, de forma que o sagrado feminino foi demonizado e considerado impuro. Foi o homem, não Deus, que criou o conceito de “pecado original”, mediante o qual Eva provou da maçã e causou a queda da raça humana. A mulher, que antes era considerada sagrada, porque dava a vida, agora era o inimigo. (...) Esse conceito de mulher como aquela que dá a vida foi a base da religião antiga. O nascimento de uma criança era um evento místico e poderoso. Lamentavelmente, a filosofia cristã decidiu fraudar o poder criador da mulher, ignorando a verdade biológica e tornando o homem Criador. O Gênesis nos diz que Eva nasceu da costela de Adão. A mulher se tornou uma ramificação do homem. E, ainda por cima, pecaminosa. O Gênesis foi o início do fim da deusa.
Dan Brown (O Código Da Vinci; pág: 195)
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