O status da Mona Lisa como a mais famosa obra de arte do mundo (...) nada tinha a ver com seu sorriso enigmático. (...) Simplesmente, a Mona Lisa era famosa porque Leonardo da Vinci considerava-a sua mais perfeita obra. Levava consigo a pintura sempre que viajasse, e, se alguém lhe perguntasse o motivo, respondia que achava difícil separar-se de sua mais sublime expressão da beleza feminina. (...) A veneração de Da Vinci por essa obra, segundo muitos afirmavam, devia-se a algo bem mais profundo: uma mensagem oculta nas camadas de pintura. A Mona Lisa era, de fato, uma das mais bem estudadas piadas secretas do mundo. A colagem bastante divulgada de trocadilhos e alusões brincalhonas existentes no quadro havia sido revelada na maioria dos livros de história da arte, e mesmo assim, incrivelmente, o público em geral ainda considerava seu sorriso um grande mistério. (...) Vocês podem notar (...) que o fundo atrás do rosto dela é desigual. (...) A linha do horizonte que Da Vinci pintou à esquerda se encontra num nível visivelmente mais baixo que a da direita. (...) Pintando o fundo mais baixo à esquerda, Da Vinci fez Mona Lisa parecer muito maior vista da esquerda que da direita. Uma piadinha secreta de Da Vinci. Historicamente, os conceitos de masculino e feminino estão ligados aos lados – o esquerdo é feminino, o direito é masculino. Como Da Vinci era um grande fã dos princípios femininos, fez a Mona Lisa parecer maior quando vista da esquerda que da direita. (...) Da Vinci buscava muito o equilíbrio entre o masculino e o feminino. Achava que a alma humana não podia ser iluminada a menos que os elementos masculinos e femininos estivessem presentes nela. (...) Da Vinci era brincalhão, e a análise da Mona Lisa e dos seus auto-retratos por computador confirmou alguns pontos de congruência surpreendentes entre os rostos dele e dela. Seja lá qual fosse a intenção de Da Vinci (...) sua Mona Lisa não é homem, nem mulher. Traz uma mensagem sutil de androginia. É uma fusão de ambos. (...) Da Vinci deixou uma tremenda pista de que a pintura devia ser interpretada como andrógina. Será que alguém já ouviu falar de um deus chamado Amon? (...) Amon é (...) representado como um homem com cabeça de carneiro, e sua promiscuidade e chifres curvos (horns) estão ligados à gíria americana “horny”, que significa excitado. (...) E sabe qual era a companheira de Amon? (...) Era Ísis (...) Então temos o deus Amon (...) e a deusa Ísis, cujo pictograma antigo era L’ISA.
AMON L’ISA
Sacaram? (...) Não só o rosto da Mona Lisa parece andrógino como o nome dela é um anagrama da união divina do masculino com o feminino. E esse, meus amigos, é o segredinho de Da Vinci, o motivo do sorriso zombeteiro da Mona Lisa.
Dan Brown (O Código da Vinci; págs: 98, 99 e 100)
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