Política, afinal, não se limitava a ganhar uma eleição. Era preciso vencer de forma esmagadora a fim de ter poder suficiente para levar adiante a sua visão. Historicamente, qualquer presidente que chegava ao cargo com uma margem apertada de votos não conseguia realizar grandes projetos, pois já começava o mandato enfraquecido, e isso era algo que o Congresso parecia não perdoar. Idealmente, a destruição da campanha do senador Sexton deveria ser abrangente: um ataque por duas vertentes que o destruísse política e eticamente ao mesmo tempo. Uma estratégia clássica da arte da guerra. Force o inimigo a lutar em duas frentes simultâneas. Quando um candidato conhecia algum detalhe negativo a respeito do seu oponente, muitas vezes esperava até que tivesse um segundo fato para ir a público apresentar os dois. Investir em duas frentes era sempre mais eficaz do que mirar em um único ponto, particularmente se o ataque duplo incorporasse aspectos diversos da campanha: um primeiro contra a atuação política, um segundo contra o caráter do candidato. Negar um ataque político requer lógica, ao passo que negar um ataque ao caráter requer uma reação emocional. Contrapor-se simultaneamente aos dois era um ato de equilíbrio quase impossível. (...) Presidentes não ganham nada em popularidade se interromperem a programação normal para reclamar e resmungar a respeito de sexo ou de supostas infrações das obscuras regras de financiamento de campanha. (...) É impossível que Zach Herney tenha convocado a imprensa do mundo inteiro para dizer que ele suspeita que o senador Sexton esteja aceitando financiamentos questionáveis para sua campanha ou transando com você. Isso é o tipo de informação que se deixa vazar.
Dan Brown (Ponto de Impacto; págs: 185 e 219)
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