9 de abril de 2020

ESPONTÂNEA, REFLEXA E INCONSCIENTE

O aprendizado dependia da convivência com o mestre, de infinita paciência e repetição, de tal forma que se internalizasse a técnica, a ponto de ela se tornar - como devia ser - espontânea, reflexa e inconsciente. A necessidade do pensamento consciente, da deliberação, da escolha, só poderia significar incerteza, indecisão e atraso, perda de espontaneidade e falta de mestria - um despreparo revelador da insuficiente integração de sua pessoa e de sua arte com a espontaneidade e a urgência da realidade, sempre diversa e volátil. No fundo, para Musashi, a chave da vitória se encontrava antes de mais nada no espírito, ainda que, obviamente, o corpo devesse estar “mil e dez mil vezes” treinado para adequadamente executar seus propósitos.

Musashi (O Livro dos Cinco Anéis; págs: 19 e 20)

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