13 de abril de 2020

ALEGORIA DA CAVERNA

A alegoria da caverna dramatiza a ascese do conhecimento. (...) Descreve um prisioneiro que contempla, no fundo de uma caverna, os reflexos de simulacros que - sem que ele possa ver - são transportados à frente de um fogo artificial. Como sempre viu essas projeções de artefatos, toma-os por realidade e permanece iludido. A situação desmonta-se e inverte-se desde que o prisioneiro se liberta: reconhece o engano em que permanecera, descobre a “encenação” que até então o enganara e, depois de galgar a rampa que conduz à saída da caverna, pode lá fora começar a contemplar a verdadeira realidade. Aos poucos, ele, que fora habituado à sombra, vai podendo olhar o mundo real: primeiro através de reflexos - como o do céu estrelado refletido na superfície das águas tranquilas -, até finalmente ter condições para olhar diretamente o Sol, fonte de toda luz e de toda realidade. (...) Aquele que se liberta das ilusões e se eleva à visão da realidade é o que pode e deve governar para libertar os outros prisioneiros das sombras.

Platão (Vida e Obra; pág: 26)

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