O que mais me atraía no zen era sua ênfase na clareza mental. Como Buda disse no Dhammapada: "Tudo se baseia na mente, é conduzido pela mente, é formado pela mente. Se você falar e agir com uma mente poluída, o sofrimento o seguirá como um carro de boi segue os passos do boi... Mas se você falar e agir com uma mente pura, a felicidade o seguirá da mesma maneira que a sombra segue a forma." (...) Sob o ponto de vista budista, o que polui a mente é o nosso desejo de obrigar a vida a se conformar às nossas ideias pessoais de como as coisas deveriam ser, em oposição a como elas de fato são. (...) Nossa resistência ao que de fato está acontecendo é que criam em nós tanta angústia. Existe uma antiga história zen que ilustra esse ponto. Dois monges estavam viajando juntos durante uma chuva forte quando encontraram uma linda mulher usando um quimono de seda, que estava tendo dificuldades em atravessar um cruzamento enlameado.
- Venha - disse o primeiro monge à mulher, e carregou-a nos braços até um ponto seco. O segundo monge não disse nada até muito mais tarde.
Então, quando não conseguiu mais se conter, explodiu:
- Nós, monges, não devemos chegar perto de mulheres. Por que você fez isso?
- Eu deixei a mulher lá trás - respondeu o primeiro monge.
- Por que você ainda a está carregando?
Toda a questão da prática zen é tornar perceptíveis os pensamentos que dirigem nossa vida, diminuindo seu poder sobre nós.
Phil Jackson e Hugh Delehanty (Cestas Sagradas; págs: 54 e 55)
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