Quando a receita vinha da venda de aparelhos de rádio, era desejável que houvesse o maior número de pessoas possível transmitindo - organizações não lucrativas, igrejas e outras entidades não comerciais. Quanto mais transmissores, maiores os incentivos para que os consumidores comprassem um aparelho, e maiores os rendimentos da indústria. No entanto, com a introdução dos anúncios, o rádio se tornou um jogo de soma zero para a atenção dos ouvintes. Cada estação queria a maior audiência possível para sua programação e seus anúncios. Dessa forma, a publicidade transformou em rivais dois velhos amigos, o rádio comercial e o não lucrativo. (...)
Ouvintes sintonizados na Weaf de Nova York por volta das 5h15 da segunda-feira, 28 de agosto de 1922, ouviram o seguinte:
Deixe-me recomendar a você, que valoriza a sua saúde, suas esperanças e a felicidade de seu lar, que se afaste das massas sólidas de tijolo, onde a mirrada abertura para deixar entrar uma fresta de sol é chamada, de forma zombeteira, de raio de luz, e onde as crianças crescem famintas por um pedaço de grama e pela visão de uma árvore.
Essa propaganda, de um projeto habitacional chamado Hawthorn Court, foi o primeiro anúncio publicitário feito pelo rádio no mundo.
Tim Wu (Impérios da Comunicação; págs: 92, 93 e 95)
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