A necessidade humana de falar, de criar, de construir coisas ou de se expressar de alguma forma sem uma razão específica, sem expectativa de recompensa financeira, não é novidade. Numa era em que o conteúdo foi radicalmente transformado em mercadoria, é bom lembrar que Homero não pensava em receber direitos autorais. Tampouco o pagamento por vários tipos de informação - livros, jornais, música - eliminou o desejo de se comunicar sem qualquer remuneração. Muito antes da internet, num mundo sem downloads pagos, antes mesmo da televisão comercial, o mesmo ímpeto de pensar e se comunicar com outros por puro prazer deu origem ao que chamamos agora de radiodifusão, praticamente definindo essa mídia nos anos iniciais. Nas revistas dos anos 1910, pode-se sentir o entusiasmo de chegar até pessoas estranhas pelo rádio, de estabelecer conexão com milhares de pessoas - e a admiração pela tecnologia. O que não se percebe é qualquer expectativa de lucro com isso.
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