O monopólio da religião no campo da ética. (...) "Ética" enquanto abstração, o reino dos valores, o código humano do bem e do mal, com as conotações emocionais de altura, elevação, nobreza, reverência, grandiosidade, que dizem respeito ao reino dos valores do homem, mas que a religião usurpou para si, (...) tornou extremamente difícil comunicar o significado emocional e as conotações de uma perspectiva racional da vida. Assim como a religião apossou-se do campo da ética, voltando à moralidade contra o homem, usurpou também os conceitos morais mais elevados da nossa linguagem, colocando-os fora desse mundo e além do alcance do homem. A "exaltação" normalmente é compreendida como um estado emocional causado pela contemplação do sobrenatural. "Adoração" significa a experiência emocional da lealdade e a dedicação a alguma coisa que está acima do homem. "Reverência" significa a emoção de um respeito sagrado, algo que se experimenta quando se está de joelhos. "Sagrado" significa algo superior, e que não deve ser tocado por quaisquer preocupações do homem ou deste mundo. E assim por diante. Tais conceitos, porém, de fato nomeiam emoções existentes, ainda que não exista nenhuma dimensão sobrenatural; e essas emoções são experimentadas como edificantes ou enobrecedoras, sem o rebaixamento do homem exigido pelas definições religiosas. (...) É justo esse nível mais elevado das emoções do homem que deve ser redimido das trevas do misticismo e redirecionado ao seu objeto apropriado: o homem.
Ayn Rand (A Nascente; págs: 11 e 12)
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