16 de julho de 2020

VAMOS DEVAGAR PORQUE TEMOS PRESSA

Vamos devagar porque temos pressa. Uma navio que fica no estaleiro perde meses sendo consertado e fica fora de atividade. Não podemos deixar você ir para o estaleiro, temos de cuidar para que sua saúde esteja perfeita, para atingirmos os resultados o mais rapidamente possível.

O método de Nuno (...) se baseia em suprir as necessidades do corpo e aumentar sua capacidade continuamente ao longo do tempo. O primeiro exame que Nuno pede a um aluno é um teste ergoespirométrico. Nesse teste, entre outras coisas, ele pode observar em que faixa de batimento o coração está trabalhando em déficit ou superávit de oxigênio. O nível de batimento acima do qual passamos a trabalhar em déficit de oxigênio é aquele que devemos respeitar como limite, trabalhando abaixo dele. O conceito é simples. Quando fazemos uma atividade física, todo o nosso corpo trabalha sob esforço. Para que as células e os órgãos possam efetuar esse esforço, precisam de mais combustível. Esse combustível chega por meio do sangue, logo, o coração bate mais rápido para que mais sangue circule pelo corpo. Os tijolinhos que usaremos para reconstruir as microlesões que sofremos ao efetuar um esforço e o combustível para que o esforço possa ser feito, tudo isso é carregado por meio da circulação. Se colocarmos o corpo para fazer um esforço intenso, isso resultará em uma necessidade muito grande de combustível, e igualmente de muitos “tijolos” para reconstruir o que foi lesado. O problema é que, a partir de certa velocidade, o sangue não consegue mais absorver o material que precisa ser levado. Nesse ponto estaremos trabalhando deficitariamente em relação àquilo de que nosso corpo precisa, destruindo as células e os órgãos ao invés de construí-los.

Esse conceito vale definitivamente para todas as partes do corpo. Para o cérebro, por exemplo, onde boa parte de nosso sangue circula durante uma atividade de esforço. Ao destruir células cerebrais, estamos também destruindo nossa capacidade de concentração, de objetivo, de atenção e de percepção. Ao contrário, se trabalharmos na faixa correta, vamos nutrir e construir células em todas as partes do corpo. Por isso a melhora nas dores e inflamações, o aumento da capacidade de resolver problemas e a maior imunidade a doenças.

Eduardo Moreira (Encantadores de Vidas; págs: 68, 69, 70, 71 e 72)

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