"Quando cê sacar que tudo é uma piada, a única coisa que vai fazer sentido é o comediante".
"Eu até gosto quando as coisas ficam meio estranhas, sabe? Prefiro quando as cartas tão todas na mesa".
É uma piada. É tudo uma piada. Sabe... Quando comecei a limpar as docas, ainda moleque, era tudo muito, muito fácil. Se o mundo era duro, era só ser mais duro que ele. Hoje não. Eu achei que sabia das coisas... Como o mundo funcionava, mas aí me dei conta da piada... Caceta... Olha só pra mim. Chorando! Cê não sabe. Não sabe o que tá rolando. Naquela ilha... Cheia de escritor, cientista, artista... E o que eles tão fazendo... Cara, eu já fiz muita coisa horrível. Aprontei com mulher. Atirei em guri! No Vietnã, matei mesmo... ...mas nunca fiz nada como... como... Meu Deus. Me perdoa. Me perdoa, me perdoa, me perdoa... Porra, qual é a graça? Onde é que tá a graça?
"Blake é interessante. Jamais conheci alguém tão deliberadamente amoral. Ele condiz com o clima daqui: a loucura, a carnificina sem sentido... À medida que compreende o Vietnã e suas implicações para a condição humana, percebo que poucos se permitiriam tal compreensão. Blake é diferente. Ele compreende perfeitamente... ...e não se importa." (Dr. Manhattan)
"Sem determinação. Todos deles. Menos o Comediante. Conheci em 1966. Personalidade forte. Não ligava se gostavam dele. Não tinha compromissos. Admirável. De todos nós, era quem mais entendia o mundo, as pessoas, a sociedade e o que estava acontecendo. Coisas que todos sabem no íntimo. Coisas que todos têm medo de encarar. Polidos demais pra comentar. Ele entendia. Entendia o dom do homem pra horrores e nunca desistiu. Viu o ventre negro do mundo e não se rendeu. Quando se vê isso, não se pode ignorar. Não se pode fingir que não existe. Não importa quem ordene fazer vista grossa. Nós não fazemos essas coisas porque é permitido. Fazemos porque temos de fazer. Fazemos porque somos compelidos." (Rorschach)
Alan Moore (Watchmen - edição definitiva: Capitulo 2: págs: 53, 58, 62 e 63. Capítulo 4: pág: 127. Capítulo 6: pág: 191)
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