Num sonho, não muito distante, minha mãe se aproximava e falava: "Meu filho, eu queria pedir uma coisa pra você, queria que você aceitasse Jesus, ele está voltando logo, você vai ao culto, fulano de tal e não sei quem fará uma oração com você etc.". Imediatamente me recusava falando alguma bobagem, como: "Não tem a menor condição, não estou desviado... Não vejo as coisas assim, meu Deus nem se quer depende de religião ou reconhecimento, religião é coisa dos homens etc.". Logo percebi que provoquei chateação nela, ficou brava e aflita ao mesmo tempo. Então, fiquei mal comigo mesmo, embora não tenha sido grosseiro no tom, pensar que ela passaria os próximos dias aflita por achar que Jesus voltaria e eu, supostamente, ficaria, me incomodou também... Me senti desconfortável ao ponto de pensar que eu poderia ir aceitar a jesus, como ela queria, para que ela não ficasse preocupada com isso.
Já naquele estado semi-consciente, acordando, a ideia de liberdade me assaltou. Pensei se estaria comprometendo minha liberdade ao ceder (no sonho) ao pedido dela.. A tristeza em vê-la aflita em frente a minha recusa, seria o preço da liberdade? E se liberdade tem um preço, isso ainda é liberdade? Será que, como diz Fernando Pessoa: "a renúncia é a libertação, e não querer é poder"? Talvez a liberdade esteja em alguma linha tênue entre renúncia e egoísmo, entre querer e não querer poder.
Diego Cosmo
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