24 de maio de 2013

TODA FORMA DE AMOR

Há o amor segundo Platão: "Eu te amo, tu me fazes fal­ta, eu te quero."

Há o amor segundo Aristóteles ou Spinoza: "Eu te amo: és a causa da minha alegria, e isso me regozija."

Há o amor segundo Simone Weil ou Jankélévitch: "Eu te amo como a mim mesmo, que não sou nada, ou quase nada, eu te amo como Deus nos ama, se é que ele existe, eu te amo como qualquer um: ponho minha força a serviço da tua fra­queza, minha pouca força a serviço da tua imensa fraqueza..."

Eros, philia, agapé: o amor que toma, que só sabe gozar ou sofrer, possuir ou perder; o amor que se regozija e com­partilha, que quer bem a quem nos faz bem; enfim, o amor que aceita e protege, que dá e se entrega, que nem precisa mais ser amado...

Eu te amo de todas essas maneiras: eu te tomo avida­mente, eu compartilho alegremente tua vida, tua cama, teu amor, eu me dou e me abandono suavemente... Obrigado por ser o que és, obrigado por existir e por me ajudar a existir!

André Comte-Sponville

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