Significa que os campos estão sempre flutuando para cima e para baixo, mesmo no espaço aparentemente vazio. Essas flutuações quânticas tornam a densidade de energia infinita. Assim, é necessário subtrair uma quantidade infinita para obter a densidade de energia finita que se observa. De outro modo, a densidade de energia curvaria o espaço-tempo, reduzindo-o a um único ponto. Essa subtração pode deixar o valor esperado da energia negativo, ao menos localmente. Mesmo no espaço plano, podemos encontrar estados quânticos nos quais o valor esperado da densidade de energia é negativo localmente, embora a energia total integrada seja positiva.
Podemos nos perguntar se esses valores esperados negativos de fato fazem com que o espaço-tempo se deforme da maneira apropriada. Mas parece que sim. O princípio de incerteza da teoria quântica permite que partículas e radiação vazem para fora de um buraco negro. Isso faz com que o buraco negro perca massa, evaporando assim lentamente. Para que o horizonte do buraco negro diminua em tamanho, a densidade de energia no horizonte tem de ser negativa e deformar o espaço-tempo para fazer com que raios de luz divirjam uns dos outros. Se a densidade de energia fosse sempre positiva e deformasse o espaço-tempo de maneira a curvar os raios na direção uns dos outros, a área do horizonte de um buraco negro só poderia crescer com o tempo.
Stephen Hawking (Minha Breve História; Págs: 124 e 125)
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