1 de abril de 2015

A FALSA IDEIA DE SUBSTITUIÇÃO

A multiplicação dos catálogos, dos livros e dos filmes de arte, tenha feito diminuir o público dos museus? Pelo contrário. Quanto mais difundidos os elementos recombináveis do museu imaginário, mais foram fundados prédios abertos ao público cuja função era abrigar e expor a presença física das obras. (...) Os museus virtuais provavelmente nunca farão concorrência aos museus reais, sendo antes suas extensões publicitárias. Representarão, contudo, a principal interface do público com as obras. Um pouco como o disco colocou mais pessoas em contato com Beethoven ou os Beatles do que os concertos. A falsa ideia de substituição do pretenso "real" por um "virtual" ignorado e depreciado deu lugar a uma série de mal-entendidos. (...) Quanto às relações "virtuais", não substituem pura e simplesmente os encontros físicos, nem as viagens, que muitas vezes ajudam a preparar. Em geral é um erro pensar nas relações entre antigos e novos dispositivos de comunicação em termos de substituição.

Pierre Lévy (Cibercultura; págs: 131, 156 e 157)

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