O Brasil não pratica seu capitalismo nem na constituição, nem no
comportamento social. Não vi nenhuma eleição com valores capitalistas
vencer. Os discursos são sempre de combate a pobreza, redução da
desigualdade social, melhoramento dos serviços públicos e para todos os
brasileiros (principalmente os pobres) – estes são valores socialistas.
Tá, eu sei que a prática não condiz, mas nos atenhamos aos discursos que
vencem, ou seja, são os valores aceitos pela prática social.
Não há capitalismo sem capital. Ele é o centro motor do modelo.
Parece óbvio, mas na prática não. Já prestei consultoria a diversas
empresas e as fiz crescer consideravelmente com uma simples mudança de
perspectiva (mergulhando no capitalismo). A principal representação do
capitalismo está nos bancos. Falar dos bancos é falar, não das maiores
empresas, mas dos maiores lucros do mundo.
O Google é a marca mais valiosa do mundo, vale U$ 172 BILHÕES? Isso
só vale aos bancos. A Microsoft está avaliada em centenas de bilhões de
dólares? Só interessa aos bancos. E qual o negócio dos bancos? Dinheiro
(o capital).
Portanto, se é tão óbvio que o principal e maior valor do capitalismo
é o capital, então, porque a maioria das empresas insiste em vender
produtos/serviços?! Calma. A saída não é fechar sua empresa e abrir um
banco, mas vender dinheiro/capital através de qualquer produto ou
serviço.
Trata-se de uma mudança de perspectiva. Restaurantes que vendem
comida, ganham menos do que restaurantes que vendem entretenimento
através da comida (uma maneira de vender capital é trazer a idéia de que
o dinheiro está rendendo – não é isso que os bancos fazem com suas
aplicações?)
Vi listas telefônicas e jornais de bairro vender anúncios, e sofrem
para vender – falta empresa para tanto espaço. Mas, quem vende retorno,
resultado e lucro (vende capital) vende fácil – falta espaço para tanta
empresa.
Essa é a lógica dos agiotas, dos bingos, jogos de azar, etc. A mega
sena oferece milhões, mas fatura muitos mais na ilusão de transformar R$
1,50 em R$ 5 MILHÕES. Quando, na verdade, transforma 50 milhões em 5.
Aí fica fácil, né? Doce ilusão capitalista que encanta e seduz.
Quando você olha por essa óptica, tudo muda de sentido. Promoções
ganham uma outra perspectiva, liquidações, datas festivas, tudo muda.
A maioria das empresas brasileiras não enriquece, porque vende produtos.
Um comentário:
Creio que não seria um total desvio do capitalismo... mas o emprego do Neocapitalismo que segundo a wikipédia, também é chamado de economia mista, é um termo utilizado para designar uma nova forma de capitalismo - surgido nas sociedades reconstruídas e tecnológicas do pós-guerra - que se caracteriza pela correção de seus excessos, mediante a aplicação de medidas visando ao bem estar social. Um de seus mais destacados representantes é o economista keynesiano Paul Samuelson.
Mas gostei da sua visão, realmente vejo as empresas perdendo tempo por não aplicar devidamente o entretenimento dentro dos seus produtos e serviços... não se reinventarem por si só!
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