- Doutor Breuer, essa hora foi curta demais. Estou ávida por mais um pouco de seu tempo. Posso caminhar com o senhor de volta ao hotel?
O convite impressionou Breuer pela ousadia e masculinidade; entretanto, dos lábios dela, soava como normal, não afetado - a forma natural como as pessoas deveriam conversar e viver. Se uma mulher aprecia a companhia de um homem, por que não lhe dar o braço e pedir para andar com ele? Contudo, que outra mulher sua conhecida teria proferido essas palavras? Estava diante de uma espécie diferente de mulher. Aquela mulher era livre!
- Jamais lastimei tanto declinar um convite - disse Breuer, puxando o braço dela para mais perto dele -, mas é hora de voltar, e voltar sozinho. Minha adorável mas preocupada esposa estará esperando na janela e é meu dever mostrar-me sensível aos sentimentos dela.
- É claro, mas - ela puxou o braço para ficar face a face com ele, auto-contida, vigorosa como um homem - para mim a palavra "dever" é pesada e opressiva. Reduzi meus deveres a apenas um: perpetuar minha liberdade. O casamento e seu séquito de possessão e ciúme escravizam o espírito. Eles jamais me dominarão. Espero, doutor Breuer, que chegue o tempo em que nem o homem nem a mulher sejam tiranizados pelas fraquezas mútuas.
Irvin D. Yalom (Quando Nietzsche Chorou; págs: 22 e 23)
4 comentários:
perfeito! as mulheres antigamente eram submissas.. hoje estão cada vez mais livres, independentes e decididas.. adorei. bjs. ;*
adorei o teu comentario! Obrigada! espero que continues a visitar e comentar o Duckdive. MUITO OBRIGADA!
Ei Diegão!!! Bem lembrado meu camarada! Tenho que ler esse livro!!!
:-)
Os homens também tem suas fraquezas ...
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