22 de maio de 2013

NOSSO ESTRANHO DESTINO



"É verdade, o cachorro morreu. Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre!"
 
Chicó

Ariano Suassuna (Auto da Compadecida; pág: 43)

18 de maio de 2013

O ESVAZIAR

A Encarnação é a kenosis (esvaziamento) do deus vingativo, do deus que está no controle, do deus que manda matar, do deus domesticado e de um povo, do deus transcendente...

A kenosis é a recusa de Deus de se identificar com o Poder, com o Motor Imóvel, com o autoritarismo, arbitrariedade, de escrever a história à parte dos homens.

A encarnação é a afirmação plena do humano; é Deus gostando e ensinando a ser gente, é Jesus de Nazaré nos inspirando a abrir mão de pretensões tolas tais como a posse da Verdade, a religião verdadeira, uma fé mágica que arredonda a vida, intolerância religiosa.

Evangelho/encarnação/kenosis é deus deixando a companhia de anjos para se aproximar do homem, da mulher, do gay, da prostituta, do religioso, do judeu, do grego, das crianças, do índio; de todas as gentes de toda cultura, tribo e nação.

Márcio Cardoso

11 de maio de 2013

O CAOS É UMA ESCADA


- Fiz o que fiz pelo bem do reino.
- O reino? Quer saber o que é o reino? É as centenas de espadas dos inimigos de Aegon. Uma história que concordamos em contar repetidas vezes até esquecermos que é uma mentira.
- Mas que nos resta quando abandonamos a mentira? Caos. Uma cova aberta à espera de nos engolir a todos.
- O caos não é uma cova. O caos é uma escada. Muitos que a tentam subir falham e nunca podem tentar outra vez. A queda quebra-os. A alguns é dada a oportunidade de trepar, mas recusam. Agarram-se ao reino, aos deuses ou ao amor. Ilusões. Só a escada é real. Trepá-la é tudo o que existe.

Game Of Thrones (3º Temporada/Ep: 06)

8 de maio de 2013

MEU TEMPO TEM NOME


Nunca vi o tempo distorcer tanto... O relógio desaprende a contar qualquer coisa quando te vejo e aprende a cantar desafinadamente os minutos quando nos despedimos. Teu beijo é o eterno num fechar de olhos, te abraçar me leva as mais variadas eternidades antes impensáveis. Teu sorriso? Nem ouso esboçar mais nada, qualquer palavra não chega aos pés de descrever o teu cheiro, teus gestos e todas as sutilezas que ensaio entender. Melhor parar por aqui antes que eu comece a me iludir achando que posso explicar algo do que ando a viver contigo...

Diego Cosmo