14 de março de 2017

O CONTEXTO DA COMUNICAÇÃO


Toda mensagem, em quaisquer tipos de signos, verbais, visuais ou mesmo sonoros, está sempre prenhe de índices contextuais, situacionais, históricos, culturais, ideológicos, políticos que apontam, de modo mais ou menos explícito, para o contexto representado na mensagem. (...) O contexto tem, pelo menos, quatro dimensões: física, cultural, sócio-psicológica e temporal. A dimensão física refere-se ao ambiente tangível e concreto no qual a comunicação ocorre, exercendo alguma influência sobre o conteúdo do que é comunicado. A cultural se refere às regras e normas dos comunicadores, crenças e atitudes que são transmitidas de uma geração a outra (...) Neste campo, entram em cena as formas de cultura a que os processos comunicativos dão origem e nas quais germinam, por exemplo, cultural oral, cultural da escrita, cultura de massas, cultura das mídias, cibercultura. Em um nível ainda mais macro, as mídias são também estudadas não como simples canais para transmitir informações, mas como conformadores de novos ambientes sociais, como é o caso atual das comunidades virtuais no ciberespaço (...). A sócio-psicológica inclui os papéis sociais desempenhados pelas pessoas, a formalidade ou informalidade, seriedade ou humor da situação etc. A temporal inclui desde o momento do dia em que a comunicação se dá até o modo como ela se insere na sequência temporal de eventos comunicativos. O ruído é algum tipo de pertubação que distorce a mensagem. Em casos extremos, o ruído pode impedir que a mensagem enviada pela fonte chegue até o receptor. Em casos normais, algum nível de ruído é inevitável pelo simples fato de que a mensagem emitida sempre difere da mensagem recebida. Há três tipos de ruídos: físico (tudo que interfere fisicamente na transmissão da mensagem), psicológico (idéias preconcebidas) e semântico (significados mal-entendidos).

Lucia Santaella (Comunicação & Pesquisa; págs: 84, 88, 91 e 93)

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