24 de março de 2016

SAGRADO/PROFANO


"E Deus viu que tudo era bom". Mais ainda, anula, se não a distinção, com certeza o dualismo entre o sagrado e o profano, porque Deus cria a criatura por si mesma, em sua integridade sem divisões. Como eu já dissera em outra ocasião, "Deus não criou homens e mulheres 'religiosos', senão pura e simplesmente homens e mulheres 'humanos'"; de sorte que ser verdadeiramente humanos é a maneira de ser religiosos, e vice-versa. Resta afirmar que tudo é sagrado (porque sai das mãos de Deus) e nada é sagrado (porque está entregue a si mesmo). Ou, pela mesma razão, que tudo é profano e nada é profano.

Andrés Torres Queiruga (Fim do Cristianismo Pré-Moderno; págs: 124 e 125)

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