18 de julho de 2015

TEXTO LONGO/CURTO

Há o pretexto de que o consumidor não tem tempo para ler, face ao volume brutal de apelos diários a que está submetido. Todavia, diante de um argumento como esse, cabe-nos perguntar: Para que, então, fazer propaganda? Menos aceitável ainda é a desculpa de que o predomínio do texto curto se dá pela ausência de diferenciais entre os produtos. Ora, se eles não existem, cumpre à comunicação criá-los, construindo a imagem positiva na percepção do público. Também se diz que ninguém lê textos longos. Mas se a propaganda é uma ponte entre o produto e o consumidor, não importa a distância percorrida, mas as surpresas que podemos encontrar no caminho. (...) A dimensão do texto deve ser dada pelas características do anúncio, em função do problema de comunicação e da plataforma de informações que se precisa realçar. (...) A tradição publicitária tem demonstrado que se a razão é vetor da mensagem, o texto longo é mais indicado para arrolar as vantagens do produto. Se o vetor é a emoção, o texto curto tem se mostrado mais recomendável. O texto longo não é medido pela sua extensão, mas pela capacidade ou não de gerar interesse. Um texto de duas linhas pode ser longo demais, se a primeira linha não nos levar com naturalidade à segunda.

João Anzanello Carrascoza (Redação Publicitária: estudos sobre a retórica do consumo; págs: 136 e 137)

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