18 de julho de 2015

DISCURSO DELIBERATIVO

Quando um indivíduo delibera, busca convencer outro a uma ação ulterior. (...) Sempre opera na sintonia do futuro (...) Assim, tanto a mensagem da corrente quanto a do anúncio visam aconselhar o leitor a uma decisão, mediata ou imediata, mas sempre futura: a primeira, que ele viva conforme os mandamentos preconizados pelo Dalai-Lama e os dissemine; a segunda, que ele simpatize com o automóvel em primeira instância e, em última, naturalmente o compre. Seguindo com Aristóteles, veremos que, para o discurso ser coerente e, portanto, convencer, deve se sustentar em quatro etapas básicas: (...) No texto da corrente espiritual, podemos encontrar bem delineadas as quatro fases do discurso deliberativo, conforme Aristóteles. (...).
 
Exórdio: é a introdução, quando se sinaliza qual assunto será abordado, visando assim captar de saída o interesse do interlocutor. (...) Nos comunica de imediato qual o assunto tratará o texto, uma mensagem de Dalai-Lama, com o objetivo de proporcionar boa sorte ao leitor. (...). Narração: consiste na parte do discurso em que se apresentam os fatos, atribuindo-lhes importância. (...) Nessa parte do discurso são apresentados os conselhos e a importância deles para a vida das pessoas. (...). Provas: associados aos fatos, devem ser demonstrativas e, embora o discurso deliberativo aconselhe para uma conduta futura, pode-se tirar exemplos do passado, ressaltando aquilo que deu certo ou não. (...) Estão presentes de forma objetiva e subjetiva na mensagem. As provas objetivas se referem ao passado. (...) As subjetivas deverão ser checadas no futuro pelo leitor (...). Peroração: é o epílogo, em que se unem os pontos principais das três fases anteriores. Compõe-se de quatro partes: a primeira busca predispor o interlocutor a nosso favor; a segunda amplia ou atenua o que foi dito; a terceira deve excitar a paixão do interlocutor; a quarta recapitula e o coloca na posição de realmente julgar.

João Anzanello Carrascoza (Redação Publicitária: estudos sobre a retórica do consumo; págs: 38, 39 e 40)

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