25 de janeiro de 2013

O QUE ME RESTA

Resta essa capacidade de ternura, essa intimidade
perfeita com o silêncio...
Resta essa vontade de chorar diante da beleza, essa
cólera cega em face da injustiça e do mal-entendido...
Resta essa faculdade incoercível de sonhar e essa
pequenina luz indecifrável a que às vezes os poetas
tomam por esperança...
Resta esse diálogo cotidiano com a morte,
esse fascínio pelo momento a vir, quando, emocionada,
ela virá me abrir a porta como uma velha amante...

Vinícius de Morais

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